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Vitória dos Trabalhadores contra prática antissindical da JBS de Nova Andradina

Em decisão, juiz acata pedido do STIANA para reaver o depósito das contribuições sindicais de seus filiados

Publicado: 15 Junho, 2018 - 18h31

Escrito por: Sérgio Souza Júnior - CUT-MS

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O Juiz Alexandre Marques Borba, Juiz do Trabalho Substituto da Vara do Trabalho de Nova Andradina, deferiu o pedido do sindicato, em decisão proferida no dia 8 de junho, e determinou que a JBS proceda pelo “desconto das mensalidades dos sindicalizados a ativa, sob pena de multa diária de R$ 3.000,00”, conforme o documento, uma vez que a empresa se recusava a realizar este procedimento.

Para o Sérgio Ventura Miller, Presidente do (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Nova Andradina e Região), filiado à CUT, “esta foi uma vitória dos trabalhadores, a contribuição é o que mantém o sindicato de portas abertas, em condições de lutar pelos trabalhadores. Os trabalhadores estão de olho aberto, esta é uma face da reforma trabalhista, que veio de cima e agora aqui embaixo a empresa quer puxar o nosso tapete”, disse o dirigente. A planta da empresa emprega aproximadamente 650 funcionários no município.

As lideranças sindicais avaliam que esta foi uma forma usada pela JBS de pressionar o sindicato, pois os trabalhadores não aceitaram a proposta dos patrões para o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2019) e rejeitaram em Assembleia a proposta da empresa de, R$1,87% de reajuste nos salários.

Os Trabalhadores defendem ganho real nesta negociação, conforme Sérgio Miller, “a nossa mão-de-obra vale muito mais do que essa proposta da empresa, nós vamos levar ao conhecimento dos trabalhadores esta primeira vitória contra a JBS na justiça, vamos denunciar a prática antissindical deles e como eles querem nos pressionar para o ACT 2018/2019. Depois desta situação, vamos trabalhar com mais afinco, preparar nossos associados para esta luta, com mais conhecimento, não dá para aceitar esta situação e esses desmandos, se possível vamos fazer até uma greve, chega, basta de perseguição, basta de tratar a gente assim, para os acionistas tudo, para os políticos corruptos, milhões e para o trabalhador que move a empresa, migalhas, não queremos esmola, queremos salário digno! ”, enfatizou o dirigente.

Para Vilson Gimenez Gregório, Presidente da FTIAA-MS (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de MS), “esta é uma grande vitória dos trabalhadores, pois foi conseguida contra uma empresa que detém o monopólio do setor no estado. Nós avaliamos que esta foi uma facada nas costas por parte da empresa contra o trabalhador, pois o ano passado ela se valeu muito da mobilização dos trabalhadores de todo o estado, que defenderam seus postos de trabalho, reivindicando a liberação de recursos da empresa que foram bloqueados pela justiça à pedido da Assembleia Legislativa, por situações de não pagamento dos impostos”, disse.

Sobre este caso, rumores de demissão em massa alertaram os trabalhadores que pressionaram a AL-MS e o governo estadual para conseguir uma mediação, que não levasse ao desemprego, milhares de trabalhadores. Você pode saber mais desta situação acessando o link: https://www.cut.org.br/noticias/ms-mais-de-dois-mil-trabalhadores-da-jbs-pressionaram-deputados-estaduais-em-def-c0fd

Vilson Gregório também destacou que, “após a reforma trabalhista, muitas empresas vêm buscando diminuir a força dos sindicatos, mas os sindicatos cutistas estão unidos para enfrentar estes assédios dos patrões, eles acharam que os sindicatos iam se dobrar por causa de migalhas que estão oferecendo. Está de parabéns o Stiana, sua assessoria jurídica e toda a categoria por esta luta, sindicato forte tem a força no apoio dos seus filiados”, concluiu.

ACT 2018/2019 da categoria tem como data-base o mês e maio e até agora se mantém sob impasse, segundo o texto da decisão, o gerente do RH da empresa “no dia 22.03.2018 informara que foram cessados os descontos da mensalidade sindical e consequentemente não haveria repasse para o Autor tendo em vista que o ACT 2017/2018 teria eficácia até o dia 31 de janeiro de 2018”.

Os sindicalistas avaliam que esta foi uma derrota da empresa e de seus argumentos para esta prática antissindical, que teria como objetivo asfixiar o STIANA, que provou que, impossibilitado de receber a contribuição sindical de seus filiados, seria afetado com gravíssimos danos ao trabalho sindical de sua responsabilidade, sobretudo neste período de negociação do ACT 2018/2019.

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