Bancários protestam contra reestruturação do Banco do Brasil em Campo Grande
Em ação nacional, funcionários do BB realizaram manifestações contra o plano de desmonte, que ameaça dispensar 5 mil trabalhadores do banco no país.
Publicado: 15 Janeiro, 2021 - 15h15 | Última modificação: 15 Janeiro, 2021 - 15h24
Escrito por: Daiana Porto/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS
Em resistência ao anúncio de reestruturação do Banco do Brasil, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região participou de uma mobilização nacional contra o desmonte do banco público. Em protesto, os dirigentes sindicais retardaram em duas horas a abertura da agência do Banco do Brasil localizada no Parque dos Poderes, em Campo Grande, e distribuíram material informativo para bancários e clientes.
Na última segunda-feira, dia 11, a direção do Banco do Brasil anunciou, sem negociação prévia com o movimento sindical, um plano de reestruturação que prevê o fechamento de agências e outras unidades, além de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que tem por meta dispensar 5 mil trabalhadores do banco, entre outras medidas consideradas muito ruins.
“Estamos atrás de informações sobre essa reestruturação desde que ela foi anunciada para a imprensa, já nos reunimos com os bancários de nossa base para debater os impactos do plano do governo. Agora, o movimento sindical está exigindo a abertura de uma mesa de negociação para tentar barrar mais esse desmonte, pois nada disso foi dialogado previamente com os representantes dos trabalhadores e nem com os bancários”, afirma a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.
Ainda de acordo com a presidente, a agência do Parque dos Poderes está entre uma das agências marcadas para se tornar apenas um Posto de Atendimento com a reestruturação.
“Um posto de atendimento não tem a mesma autonomia de uma agência. Estamos preocupados com a população que já enfrenta filas, serviço precarizado com poucos funcionários e agora o banco ainda quer demitir 5 mil bancários. Nossa luta é pela manutenção do emprego desses trabalhadores, principalmente durante a pandemia, que já é um momento difícil para todos”, finaliza.
Os diretores também percorreram as agências do Banco do Brasil no centro da capital para dar visibilidade ao protesto, dialogar com os bancários e conscientizar a população sobre os prejuízos do desmonte do banco público.
Mudanças
O plano prevê mudanças em 870 pontos de atendimento por meio do fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios e a conversão de 243 agências em postos. Também estão previstas a transformação de oito postos de atendimento em agências, de 145 unidades de negócios em Lojas BB, além da relocalização e 85 unidades de negócios e a criação de 28 unidades de negócios. O PDV prevê duas modalidades de desligamento: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), para o que a direção do banco considera excessos nas unidades; e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), para todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos.
Cerca de 1.091 bancários do Banco do Brasil que estão na base do SEEBCG-MS poderão ser atingidos pelas mudanças.
“O movimento sindical está se estruturando para criar as estratégias junto com toda a categoria contra mais esse desmonte, utilizando de todos os mecanismos e ferramentas para tentar minimizar esse impacto extremamente nocivo para os trabalhadores. A gente entende que não há oportunidades nessa reestruturação, muito pelo contrário, tem redução de postos de trabalho, redução salarial e fechamento de agências. O sindicato vai continuar na luta pela defesa dos bancários”, enfatiza o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato e bancário do BB, Orlando de Almeida Filho.
Lucro
Enquanto banco público, além de ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento social e econômico do país, o Banco do Brasil é altamente lucrativo, mesmo durante a crise da pandemia. O lucro líquido do BB nos primeiros nove meses de 2020 foi de R$ 10,189 bilhões. No 3º trimestre de 2020, foi de R$ 3,482 bilhões, com crescimento de 5,2% em relação ao 2º trimestre do ano.