Ato pede retorno da cedência sindical da professora Margareti Macena em Itaquiraí
A CUT-MS é solidária à Presidenta do SIMTED de Itaquiraí, que perdeu a liberação sindical, após requerer transparência nos recursos do Fundeb, em ato antidemocrático do Prefeito Thalles Tomazelli (DEM)
Publicado: 10 Fevereiro, 2022 - 22h05 | Última modificação: 11 Fevereiro, 2022 - 12h45
Escrito por: Sérgio Souza Júnior
Na manhã da última quinta-feira (10) foi realizada uma manifestação em defesa da democracia e da manutenção do mandato classista da Presidenta do SIMTED (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Itaquiraí, segundo a organização, o evento contou com aproximadamente 150 pessoas, que se manifestaram em frente à sede da Prefeitura do Município, distante aproximadamente 413 quilômetros de Campo Grande.
De acordo com a organização do movimento, a ação de retirar a cedência sindical da Presidenta do SIMTED é o estopim de uma crise que se arrasta desde o mês de abril de 2021, quando Margareti, na condição de membra do Conselho Municipal do Fundeb de Itaquiraí, solicitou por ofício, assinado por outros conselheiros, informações dos gastos deste recurso.
A Professora Margareti reforçou que segue fazendo o seu trabalho e que tem compromisso com a educação e com sua cidade, “eu não sou professora por acaso, eu escolhi por que eu gosto” disse Margareti, ela está à frente do SIMTED de Itaquiraí há 7 anos, é residente há 32 anos no município e leciona há 30 anos em sala de aula.
Conforme o site do FNDE-MEC (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) o “ Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb é um colegiado que tem como função principal acompanhar e controlar a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundo, no âmbito das esferas municipal, estadual e federal. O conselho não é uma unidade administrativa do governo”, que você pode conferir no link oficial do FNDE-MEC clique aqui
Porém, o Prefeito Thalles Tomazelli (DEM) publicou o Decreto 5074/2022 no diário oficial da cidade, revogando o seu próprio decreto 4975/2022 em que concebia a cessão da Professora Margareti Macena para atuação sindical.
Pais, estudantes e professores vêm demonstrando nas redes sociais, apoio à luta da liderança sindical, que não vê motivos para a prefeitura não entregar a documentação solicitada.
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A CUT-MS foi acionada para prestar solidariedade à dirigente sindical, uma situação que o Presidente da CUT-MS, Vilson Gregório qualificou como um “ataque brutal” à liderança sindical.
“Prefeito, não adianta você atacar dirigentes sindicais, este é um ato antissindical, isso não vai calar a boca da dirigente” reforçou Vilson, em áudio enviado à manifestação de hoje (10).
O presidente da CUT-MS lembrou que este ano é um ano eleitoral e que nesta, ou na eleição de 2024, o prefeito provavelmente vai pedir votos junto à categoria dos professores e professoras.
“Companheira Margareti você está bem em sua atuação, a Central Única dos Trabalhadores está junto com você, inclusive estaremos presentes, nas ruas manifestando nosso apoio à sua luta e denunciando o Prefeito Thalles”.
Segundo a versão apresentada pelo Prefeito de Itaquiraí nas redes sociais, a retirada da cedência sindical é uma ação que visa economizar recursos.
Em contraposição à declaração do Prefeito, a organização do movimento denunciou o alto custo da contratação de show da banda Raça Negra, no valor de R$220.000,00 reais, feita pelo poder executivo municipal, identificada no mesmo decreto de 9 de fevereiro, em ratificação emitida pelo prefeito.
Ato Público
“Se o presidente do sindicato não puder lembrar um pouco dos políticos que votam contra ele, se o presidente do sindicato não puder exigir transparência em fundos que vem para a administração, para ser repassado para a educação, então não precisa existir sindicato, eu acredito que isso que esta gestão deseja, que não exista sindicato, para não existir fiscalização e nem lembrarmos quem vota contra a educação, e é por isso que estamos aqui hoje" disse Margareti, durante a manifestação realizada em frente à prefeitura.
“Portanto consideramos este ato [retirar a cedência sindical] uma retaliação” alega a organização do movimento, que recebeu o apoio de diversas lideranças da região.
Você pode conferir um vídeo com fala da Professora Margareti no link abaixo, mais vídeos você pode encontrar no perfil da sindicalista, nesta mesma rede social: https://www.facebook.com/100004131876041/videos/4743893865729714
Estiveram presentes no ato, o Vice-Presidente Regional da FETEMS, Márcio Albino, o Ex-Prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci, de presidentes dos SIMTED´s de Mundo Novo, Naviraí e Eldorado, a vereadora Márcia Filipus (PSDB), o vereador Zezinho Mexerica (PT) e o representante do MST, Carlos Ferrari.
Em apoio ao movimento, Vilson Gregório, Presidente da CUT-MS enviou um áudio que foi reproduzido na manifestação, o Deputado Estadual Pedro Kemp (PT) enviou uma carta de apoio à Margareti que foi lido no ato e a FETEMS emitiu nota pública de repúdio à decisão da prefeitura.
Movimento
A organização da manifestação também informou que a FETEMS tem feito uma mobilização estadual para igualar os salários dos professores convocados com os professores efetivos e instalaram aqui, dois outdoors, com imagens dos Deputados Estaduais que votaram a favor do corte de 30% nos salários destes profissionais convocados, e que isto pode ter irritado o prefeito Tomazelli de forma que há parlamentares ligados a ele e também ligados à determinados vereadores da cidade.
Outro fator considerado como fato motivador, diz respeito à denúncia do caso, que foi deliberada pela categoria da educação e protocolada no Ministério Público, sob o número 022021001132119, do dia 16 de dezembro de 2021, em face do não recebimento da documentação dos gastos deste recurso.
A organização do movimento considera a realização de novas ações de protesto, além de acompanhar o desenvolvimento da denúncia protocolada no Ministério Público.