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Artigo

Horto Florestal e a instalação do Lanchódromo

Publicado: 12 Setembro, 2011 - 07h51

 

Considerando as manifestações dos últimos dias acerca da retirada dos “dogueiros”, mais especificamente, da intenção em se transferir os integrantes dessa atividade para o Horto Florestal de Campo Grande. O Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Mato Grosso do Sul vem a público para esclarecer que em nenhum momento foi consultado ou participou de qualquer discussão para tratar da utilização de parte do Horto Florestal para a instalação dos “dogueiros” – vendedores de lanche   ambulantes que se instalam na Avenida Afonso Pena no período noturno. O fato da necessidade de retirar os vendedores de lanche do canteiro central  e ao longo da Avenida Afonso Pena, não obriga ao município oferecer-lhes um lugar alternativo, uma vez que pela informalidade como atuam, provavelmente não possuem licença ou autorização municipal para estarem trabalhando nestes locais. Por outro lado não se pode negar ao Município, o dever social com as famílias dos envolvidos nesta atividade, e buscar alternativas para auxiliá-los neste momento de mudança.

O que preocupa é o fato desse assunto tão importante para a sociedade Campograndense, não ter sido objeto de discussão nos Conselhos Municipais, em especial no Conselho Regional do Centro e CMDU, Instrumentos tão importantes de Participação Popular previstos no Estatuto das Cidades, de auxilio aos gestores públicos. O SINDARQ-MS tem participado ativamente dos Conselhos Municipais, como forma de contribuir e acompanhar as ações municipais assim como também participa em Conselhos de nível estadual, sendo que não tendo participado do processo de discussão e não possuindo conhecimento do projeto, não tem como avaliar a proposta.

Porém, devemos nos preocupar com a destinação do nosso Horto Florestal, que além de importância Urbanística, possui importância histórica, e nos remete ao nascimento de Campo Grande, sendo o local onde José Antonio Pereira fundador de Campo Grande ergueu acampamento em 1872. E no meio Urbano, nem todos os espaços “úteis”, são necessariamente ocupados por alguma atividade, sendo muitas vezes valorizados apenas pela sua existência e referencia para os habitantes do lugar. Como no caso do Horto.

E finalmente, é necessário saber se esses comerciantes de lanches realmente irão sair da informalidade, ou apenas conseguirão um ponto fixo em um espaço publico, e ainda continuarão exercendo a atividade de maneira informal em outros locais, com seus carrinhos de lanche que são móveis e poderão ser instalados em outros pontos da cidade, duplicando os pontos de atividade dos mesmos.