Escrito por: Sérgio Souza Júnior
Os sindicalistas receberão amparo jurídico do STIC-CG e da CUT-MS para resguardar seus direitos e reaverem seus empregos.
A Central Única dos Trabalhadores recebeu com hoje (11) com indignação, a notícia da demissão de dois diretores sindicais do (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande), Christian da Silva Galeano e Luis Mário de Arruda.
“É normal para a JBS daqui de Campo Grande este tipo de ataque, pois eu não vejo em outro lugar uma prática anti-sindical violenta deste jeito. Se você trava alguma negociação com ela, ou quando você não cede às pressões da JBS, eles fazem este tipo de coisa” disse Vilson Gregório, dirigente do STIC-CG e Presidente da CUT-MS recentemente eleito.
Contando desde do ano de 2016, este já é o terceiro caso de demissão de liderança sindical, conforme informações do STIC-CG, inclusive um destes casos está na justiça e o sindicato espera que em breve o diretor sindical deva retornar à sua vaga de trabalho, por intermédio de decisão judicial.
Gregório enfatiza que, “um destes atuais diretores estava liberado para entidade sindical, para fazer a sua atividade sindical. A empresa pediu o seu retorno de volta ao trabalho para na sequência demitir o funcionário.
“Já o caso do Cristian é bem simbólico, pois ele é um profissional desossador que está em falta na empresa, ele é reconhecido pelos seus colegas de trabalho como competente, que trabalha cedo e não tem histórico de faltas que pudessem justificar sua demissão”, ressaltou Vilson Gregório.
Situação interna
Conforme relatos de funcionários que não querem se identificar, estas demissões ocorreram pelo fato de que estes diretores denunciaram o ritmo de trabalho muito intenso aplicado pela empresa.
Trabalhadores informaram que o ritmo aumentou significativamente, tão rápido que começou a lesionar os trabalhadores, que não estão suportando mais esta situação, além disto, as pausas laborais estão sendo suprimidas.
Prática Anti-sindical
As empresas não devem praticar atos discriminatórios contra sindicalistas, inclusive realizar suas demissões. A garantia do emprego, da estabilidade, é elemento fundamental da ação sindical.
As demissões de lideranças sindicais não afetam apenas os direitos dos sindicalistas, mas todo o trabalho sindical e coletivo é afetado, pois o sindicato é o instrumento de reivindicações da categoria, tendo seus diretores afastados de suas funções, isso com certeza causará impacto negativo em toda a categoria.
STIC-CG e CUT-MS defenderão os dirigentes sindicais
Conforme a Anamatra, "múltiplas são as medidas de proteção contra atos anti-sindicais. Vão desde as preventivas até as reparatórias, sem excluir sanções administrativas e penais. Assim, a despedida de um dirigente sindical e de um membro de comissão interna pode gerar uma autuação pela autoridade competente e sanções de ordem penal, anulação de ato e reintegração no emprego e pagamento de indenização, inclusive por danos morais". A Anamatra é a Associação Nacional de Magistrados da Justiça do Trabalho.
É neste sentido que as entidades sindicais pretendem agir.
“Essa é a JBS unidade 2 de Campo Grande, localizada na para Sidrolândia, e a unidade 1 também é a mesma coisa, não muda não, é assim que ela trabalha, mas nós vamos lutar, nós vamos denunciar para as autoridades competentes, vamos à imprensa, vamos apelar à justiça mais uma vez para conseguir reverter esta situação”, frisou Vilson Gregório.
“Não estão acontecendo as pausas que é um direito dos trabalhadores, nosso ACT está travado na justiça pois a JBS quer retirar cláusulas que beneficiam e servem de suporte aos trabalhadores, direitos estes já conquistados, não podemos admitir este tipo de atitude, nós vamos lutar”, ressaltou Vilson Gregório.
A Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul expressa sua solidariedade aos dirigentes sindicais demitidos e junto com o STIC-CG, transmite seu compromisso de estar lado a lado com as lideranças sindicais em busca de reaver os seus direitos e os seus empregos.