Escrito por: Sérgio Souza Júnior

Em ação solidária, CUT-MS revela preço justo do gás por R$44,70

O ato de solidariedade distribuiu cem botijões de gás para a comunidade carente da região do Lageado em Campo Grande/MS. Para definir o preço justo do gás a Central utilizou estudo do DIEESE/MS

Sérgio Souza Júnior
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Durante a manhã e a tarde do último sábado (6) a CUT-MS, em ação solidária, demonstrou que o valor do gás a preço justo poderia ser de R$44,70 se a política de preços da Petrobrás fosse outra. Este valor foi criado com base em estudo técnico elaborado pelo Escritório Local do DIEESE/MS (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) importante instituto de pesquisa reconhecido internacionalmente. 

Foram distribuídos 100 botijões de gás de cozinha, para a comunidade carente do Parque do Sol e do Bairro Cidade de Deus, na Região do Lageado, periferia de Campo Grande/MS, a ação é fruto da coleta de recursos através de doações de sindicatos CUTistas e da própria CUT-MS. 

“Nós agradecemos aos trabalhadores e trabalhadoras que conseguiram esta quantidade de gás aqui para nossa comunidade carente, para organizar o pessoal, percebemos que ninguém tem aquele botijão de gás reserva e quem tinha vendeu, tivemos até uma dificuldade por que as pessoas precisam do gás em casa então por isso nós agradecemos e quero dizer que o preço do gás, além de ser injusto, é um pecado contra a vida” disse o Padre Agenor, do Instituto Misericordes. 

Junto com a solidariedade a ação teve como objetivo provocar o debate sobre a atual política de preços da Petrobrás, que desde o governo Temer é baseada na paridade de preços do barril de petróleo no mercado internacional, levando ao desenfreado aumento de preço dos combustíveis no Brasil. 

Apenas neste ano, a gasolina já aumentou 5 vezes e o gás de cozinha aumentou 3 vezes, na prática, esta política de preços garante lucros ao mercado e gera prejuízos para a sociedade brasileira, sobretudo a classe trabalhadora. 

Sérgio Souza JúniorVilson Gregório Presidente da CUT-MS

Para Vilson Gregório, esta iniciativa foi excelente, "foi muito importante levar solidariedade para estas pessoas que estão passando necessidades por causa desta situação do país, demonstrar para as pessoas que os preços dos produtos poderiam ser melhores e que nunca tivemos um governo tão irresponsável com a população, mas o povo está entendendo, nós vamos derrotá-lo sim" disse.

Em estudo de preços elaborado pelo Escritório do Dieese/MS, o gás a preço justo foi definido no valor de R$44,70. Para chegar a este cálculo, a fonte da pesquisa foi baseada na nota técnica 251 do DIEESE “O necessário debate sobre o preço dos combustíveis no Brasil”. 

Conforme Luiz Carlos Escobar, Presidente do Sinpromes-MS, (Sindicato Profissional dos Trabalhadores em Motocicletas do Estado) “para nossa categoria esse descontrole do governo com os preços, não ter um controle para fiscalizar a revenda de combustível para nós é a maior catástrofe que pode ter acontecido, porque esse governo totalmente desajustado, todo mês aumentando combustível e pior que as empresas não estão repassando para nós entendeu inclusive nós que somos trabalhador celetista entendeu empresa dá um x e quer que a gente faz milagre para gasolina da durante o mês todo imagina os trabalhadores, os microempreendedores [uberizados] que trabalham para poder ganhar uma miséria, só de gasolina vai quase tudo entendeu, é o país que nós estamos vivendo”, Luiz é trabalhador em motocicleta há mais de 40 anos.

A atual política de preço dos combustíveis da Petrobrás também é uma política do Governo Bolsonaro, países que adotam este tipo de gestão de preços dos combustíveis são aqueles “que não possuem petróleo e um parque de refino capaz de abastecer a população e que, portanto, têm que importar estes produtos. Longe de ser o caso do Brasil. Nos últimos cinco anos (2016 a 2020), a produção nacional de petróleo no Brasil cresceu 18% e chegou a 3,7 milhões de barris equivalentes por dia (BOE/dia)", DIEESE. 

Solidariedade

A ação de solidariedade foi realizada em parceria com o Instituto Misericordes Sicut Pater, representado pelo Padre Agenor, o Instituto realiza ações de amparo às crianças e famílias dos trabalhadores de material reciclável do Aterro Sanitário de Campo Grande/MS, além de desenvolver diversos projetos de apoio à comunidade carente de sua região. 

Para esta ação solidária, o Instituto Misericordes foi o responsável pelo cadastramento das pessoas em situação de vulnerabilidade da comunidade onde está localizada no Parque do Sol, no Bairro Cidade de Deus, que ficam localizados na Região do Lageado, uma das periferias de Campo Grande. 

Vilson Gregório agradeceu a todas pessoas e sindicatos que participaram e deram seu apoio para concretizar esse dia de solidariedade com a comunidade local.

CUT-MS

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