Escrito por: Sérgio Souza Júnior com informações CUT nacional
O evento debateu a estratégia da central para os enfrentamentos aos ataques aos direitos dos (as) trabalhadores (as) e à democracia, o novo mundo do trabalho e a organização da CUT frente a este desafio
Nos dias 20, 21, 22, 23 e 24 de outubro, a CUT realizou a sua 16ª Plenária Nacional, em caráter virtual, devido à pandemia do coronavírus, ao todo foram 950 delegados/as sindicais inscritos para participar dos debates, sendo 481 homens (50,6%) e 469 mulheres (49,4%), de acordo com o estatuto da central, este é o segundo maior evento em escala de importância e deliberações da organização.
Conforme Vilson Gregório, Presidente da CUT-MS, “nestes quatro dias de debate, de organização do movimento sindical, nos preparamos para o enfrentamento que vem pela frente, contra esse governo que tá posto, um governo genocida e irresponsável, que já mostrou para toda a população que é anti-povo, sem projeto para os trabalhadores, que só tem benefício para latifundiários, para o agronegócio, um governo para os ricos” disse.
“A nossa luta é para defender o [a] trabalhador [a], pra derrubar projetos que servem para retirada de direitos do povo, temos aí como exemplo, a MP 1045, a mini reforma trabalhista que foi derrotada e agora, precisamos derrotar a privatização dos Correios, dos bancos públicos e a PEC 32 da reforma administrativa. Ela ataca diretamente os servidores e a servidoras, além de atacar a população em geral, que terá dificuldades de acessar os serviços públicos que podem ser privatizados se este projeto for aprovado” reforçou o dirigente.
A 16ª Plenária da CUT chamou a atenção para o debate do novo mundo do trabalho, trazendo o foco na uberização da economia, que no Brasil aconteceu justamente com o apoio da retirada de direitos dos [as] trabalhadores [as] com a Reforma Trabalhista do governo ilegítimo Michel Temer (MDB) e do governo neoliberal de Jair Bolsonaro (ex-PSL) combinando assim com o avanço das tecnologias que forçaram milhares de trabalhadores e trabalhadoras a se submeter aos aplicativos para poder ter uma renda, fatores estes que foram decisivos para que a mudança acontecesse.
Ainda sobre a luta pela defesa dos direitos da classe trabalhadora neste período, Vilson destacou que o projeto do governo federal de Jair Bolsonaro foi desmascarado pela CPI da COVID no Senado e que este precisa ser enfrentado, a CPI demonstrou “que este é o governo da morte, já são mais de 600 mil pessoas que morreram pela pandemia e ele fica brincando de governar, um governo que vive de fake news” afirmou o dirigente.
“Está de parabéns toda a delegação de Mato Grosso do Sul, que participou ativamente desde o primeiro dia da nossa Plenária, até o último dia no domingo, delegados e delegadas que participaram, que ouviram e que puderam refletir e debater sobre as nossas lutas, os nossos enfrentamentos” afirmou Vilson.
O evento homenageou dois grandes companheiros sindicalistas, cutistas, internacionalistas, ex-presidentes e grandes defensores dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a 16ª Plenária Nacional da CUT trouxe consigo os nomes de João Felício e Kejld Jakobsen.
Presenças renomadas foram registradas da Plenária que contou com a presença de Luis Inácio “Lula” da Silva em sua abertura dia 20, na parte que foi destinada ao público em geral e transmitida através das redes sociais da central e de seus parceiros, no dia seguinte foi a vez Dilma Roussef e Celso Amorim que apresentaram suas análises da conjuntura política no evento.
No sábado (23), a CUT apresentou dados preliminares do projeto elaborado pela Central em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulado “Investigação, Organização e Fortalecimento dos Direitos e Diálogo Social com os Trabalhadores de Aplicativos de Entrega em Brasília e Recife”.
A pesquisa, que tem como base sobre a questão da uberização, com foco nos entregadores ainda está em fase de coleta de dados e será divulgada em breve, porém as informações preliminares contribuíram para o enriquecimento dos debates.
No domingo (24), após as votações e com o plano de luta e estratégias atualizados, CUT convocou o 14º Congresso Nacional da entidade, que acontecerá em outubro de 2023.
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