Escrito por: Renata Santos Portela
Secretária da Mulher trabalhadora da CUT-MS Cleoni Bortoli reforça que iniciativa é fundamental para promover mudanças culturais, educacionais e institucionais
Neste dia 25 de novembro onde é celebrado o Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher, CUT-MS reforça seu compromisso através da “Campanha 21 Dias”, que leva o mesmo nome da data”. A iniciativa, tem o objetivo de dar visibilidade à violência de gênero.
A mobilização, que contempla pautas de equidade e direitos humanos, busca conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres, além de intensificar ações que resultem em políticas públicas efetivas. Além disso, busca ampliar a conscientização sobre as diversas formas de violência enfrentadas pelas mulheres, buscar medidas de prevenção e combate ao machismo estrutural.
Para a Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-MS Cleoni Bortoli, a campanha é fundamental para promover mudanças culturais, educacionais e institucionais, especialmente em um país como o Brasil, onde a violência contra a mulher atinge índices alarmantes. A secretária, faz questão de destacar alguns pontos onde o tema pode ser analisado entre eles a conscientização da sociedade.
Isso porque, num cenário em que muitas mulheres sofrem violência, mas não denunciam por medo, dependência financeira ou falta de informação, a campanha traz visibilidade ao problema e incentiva as vítimas e a sociedade como um todo a denunciar o agressor. Além disso, ela destaca que a mobilização impulsiona a criação e implementação de políticas públicas de enfrentamento à violência, como a ampliação de casas de acolhimento, delegacias especializadas e centros de atendimento às mulheres.
Dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 1.467 mulheres morreram vítimas de feminicídio em 2023 - o maior registro desde a sanção da lei que tipifica o crime, em 2015. As agressões decorrentes de violência doméstica tiveram aumento de 9,8%, e totalizaram 258.941 casos.
Houve alta também nas tentativas de feminicídio (7,2%, chegando a 2.797 vítimas) e nas tentativas de homicídio contra mulheres (8.372 casos no total, alta de 9,2%), além de registros de ameaças (16,5%), perseguição/stalking (34,5%), violência psicológica (33,8%) e estupro (6,5%). Os tipos de violência contra a mulher são:
1. Violência física: qualquer ato que ofenda a integridade do corpo da mulher> São os tapas, os socos, os empurrões, pegar pelo braço ou outras partes do corpo, de maneira a coagir a vítima, entre várias outras formas.
2. Violência emocional: qualquer ato que cause dano emocional à mulher. É a ofensa, o grito, a forma autoritária e agressiva de diálogo. Mas é também a humilhação, o desprezo, o descrédito de sua palavra.
3. Violência sexual: condutas que forcem a mulher a manter atos sexuais sem consentimento ou desejo, entre eles o próprio ato sexual. Acontece mediante intimidação, chantagem, etc. Engloba também a prática do ato sexual sem ela poder fazer o uso de métodos contraceptivos ou preservativos.
4. Violência patrimonial: é quando o agressor confisca, retém, ou proíbe a mulher de usar seus objetos pessoais, instrumentos de trabalho e até cartões de crédito e documentos. Inclui-se cercear a mulher de ter domínio de seu próprio patrimônio financeiro, ou seja, o seu dinheiro.
5. Violência moral: é a calúnia, a difamação, a injúria.
As atividades ocorrem até o dia 10 de dezembro e seguem os moldes da campanha dos 16 dias de ativismo lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU), Faz parte dos princípios e da atuação da CUT, desde sua fundação, combater todos os tipos de violência dentro e fora dos locais de trabalho.