Escrito por: Sérgio Souza Júnior

A carne mais barata do frigorífico é a do trabalhador.

Campanha lançada no MS busca garantir que frigoríficos adotem medidas de proteção aos trabalhadores, contra a COVID-19. Aglomeração no trabalho e contaminação massiva tem sido a realidade em muitos frigoríficos

Divulgação
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Na última segunda-feira (31), foi lançada no Mato Grosso do Sul a campanha “A carne mais barata do frigorífico é a do trabalhador”, na oportunidade, lideranças sindicais estiveram no município de Sidrolândia, distante 70,6 km de Campo Grande, realizando manifestações em frente da unidade da JBS-SEARA do município e também em uma praça da cidade. 

Trata-se de uma ação nacional, uma iniciativa da CONTAC (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação) da qual participam a FTIA-MS (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de MS) seus sindicatos filiados e também a CUT-MS. 

Conforme Vilson Gregório, Presidente da CUT-MS e liderança desta categoria, "os funcionários e seus sindicatos, reivindicam a testagem em massa para COVID-19, a busca ativa quando há identificação de contaminação, a redução da produção a níveis aceitáveis, o fim da aglomeração nas linhas de produção", entre outras medidas.

As empresas são boazinhas para doar respiradores aos hospitais, isso acontece do portão pra fora, do portão pra dentro, nos setores frigoríficos a realidade é aglomeração, todo mundo junto, ritmo muito grande, a produção aumentando, e a empresa só lucrando em cima da pandemia, os trabalhadores se adoecendo e muitas vezes quando voltam ao trabalho, a empresa manda embora- Vilson Gregório, Presidente da CUT-MS

A campanha segue sendo distribuída pelas redes sociais, além da divulgação em painéis de LED, como por exemplo, em Campo Grande, capital do estado.

divulgaçãoAv. Afonso Pena, no centro de Campo Grande/MS em frente ao Shopping.

Em todo o país, frigoríficos tem sido grandes vetores de contaminação, os trabalhadores de todos os estados vêm requerendo das empresas o cuidado com suas vidas, uma vez que as contaminações têm grande potencial de causar óbitos na categoria e impactar a dinâmica do sistema público de saúde das cidades onde estão baseadas as plantas frigoríficas.

Em Mato Grosso do Sul, alguns casos já entraram para a história do estado pelo alto nível de contaminação, foi o caso de uma planta frigorífica no município de Guia Lopes da Laguna, o nível de contaminação por COVID-19 foi tão grande, que naquele período, a cidade entrou para o TOP 10 do Brasil, em nível de contaminação da população, proporcionalmente.

Já em Dourados, cidade distante 229 km da capital, o caso virou pauta nacional após o registro de mais de 1 mil contaminações, por conta da gravidade da situação, o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Dourados e Região (STIA), pediu na justiça, indenização de R$200 mil reais para cada trabalhador infectado pela COVID-19.

A campanha "A carne mais barata do frigorífico é a do trabalhador" continua e vai percorrer diversas cidades do Mato Grosso do Sul, levando esta denúncia à população, sobre a grave situação dos trabalhadores das industrias de alimentação.

divulgaçãoAção realizada na planta da JBS-SEARA de Sidrolândia.divulgaçãoDivulgação em Painel de LED em Campo Grande/MSdivulgaçãoAção realizada no centro de Sidrolândia/MS.