Escrito por: Renata Santos Portela
Em atos e debates durante a Semana da Mulher, a CUT-MS e movimentos sociais cobram mais proteção, estrutura e uma Secretaria Estadual da Mulher em Mato Grosso do Sul.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, não é uma data de comemoração, mas um marco de resistência e luta por direitos. Movimentos feministas e sociais enfatizam a necessidade de dar visibilidade a essa luta cotidiana, com foco principal no combate à violência contra a mulher. Nesse contexto, diversas ações foram realizadas ao longo da Semana da Mulher para reafirmar esse compromisso.
Às vésperas da data, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-MS e presidente da Fetiems, Cleoni Bortolli, participou de um ato promovido pelo secretário de Combate ao Racismo, Santino Cândido, e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Público de Campo Grande (STTCU-CG). O evento ofereceu serviços gratuitos, como aferição de pressão, atendimento odontológico e orientações para as mulheres e demais participantes. Além disso, as mulheres foram homenageadas com uma rosa vermelha, simbolizando respeito e reconhecimento.
No mesmo dia, à tarde, a Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul (CUT-MS) esteve presente em dois importantes eventos: um ato em frente à Casa da Mulher Brasileira e um seminário na Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS).
O seminário reuniu lideranças para um debate fundamental sobre direitos e políticas públicas para as mulheres. Com o tema "Mulheres Educadoras – Desafios, Resistência e Possibilidades", o encontro buscou ampliar o diálogo sobre os desafios enfrentados pelas mulheres no setor educacional e na sociedade.
Simultaneamente, um ato público ocorreu em frente à Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. Homens e mulheres ergueram cartazes com mensagens como "Respeito", "Feminicídio Zero", "Igualdade" e "Queremos Viver", reforçando a importância da instituição e cobrando leis mais rígidas para a proteção das mulheres. A manifestação contou com a participação da CUT-MS, FETEMS, movimentos sindicais e sociais, além das parlamentares Gleice Jane e Luisa Ribeiro.
Cleoni Bortolli destacou a urgência de investimentos na Casa da Mulher Brasileira:
"Essa instituição foi criada para proteger as mulheres, mas, após o caso da Vanessa Ricarte, ficou evidente a necessidade de mais recursos financeiros, melhor infraestrutura e qualificação para os profissionais que atuam no atendimento a mulheres em situação de vulnerabilidade. Só assim o objetivo da Casa será plenamente cumprido."
Já no sábado, 8 de março, a CUT-MS uniu-se a movimentos sociais, sindicatos, parlamentares e representantes da sociedade em uma mobilização em frente ao Paço Municipal. O ato reivindicou medidas concretas, como a criação de uma Secretaria Estadual da Mulher.
As mulheres também ocuparam o cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Calógeras para dialogar e conscientizar a população sobre a importância dessa pauta. Atualmente, 19 estados e o Distrito Federal já possuem Secretarias Estaduais da Mulher, enquanto Mato Grosso do Sul conta apenas com uma subsecretaria, que enfrenta dificuldades devido à estrutura precária e equipe reduzida.
Isso é inaceitável! As mulheres sul-mato-grossenses precisam de políticas públicas eficazes, proteção, acolhimento e, acima de tudo, o direito de viver com segurança e dignidade.
Seguimos na luta!